As novas lideranças da esquerda ou a esquerda ainda vive
Se
havia alguma dúvida de que as novas lideranças da esquerda brasileira estavam
reunidas naqueles lindos dias de resistência em São Bernardo do Campo, onde
Lula dirigiu-se de maneira bem clara para aquelas pessoas que ele considera
capazes de assumir o seu lugar na liderança popular no Brasil, a
invasão/denúncia do triplex do Guarujá botou por terra.
A
história e a vida seguem, e no caso brasileiro as duas parecem um eterno
looping. Saímos e entramos dos períodos de exceção e o carro da montanha russa parece
estar sem freio e ninguém no controle.
Lula
está preso na sede da polícia federal de Curitiba, mesmo depois de todas as
provas demonstrarem a sua inocência, o triplex não é e nunca foi dele e para
agravar ainda mais a arbitrariedade cometida pela república de Curitiba, a tal
reforma bilionária do triplex do Guarujá, graças á invasão do MTST e do povo
sem medo, escancarou para todos que na verdade o tal apartamento do edifício
Solaris na decadente cidade do Guarujá não passa de um “cafofo” surrado e sem graça
nenhuma. Apartamento que muito provavelmente um funcionário de 2º escalão de
qualquer empresa de grande porte não iria querer como seu, quanto mais um
presidente da república.
Todos
esses parágrafos anteriores foram utilizados como preâmbulo para dizer que um
daqueles nomes agraciados por Lula no sindicato dos metalúrgicos durante o seu
discurso de despedida, para avisar a todos que ali estavam, que iria se
entregar para o Judge Mowro de Curitiba, é um dos articuladores da invasão do
triplex, seu nome, Guilherme Boulos.


Sem
deixar dúvidas de qual é o seu lado na história, Boulos vem construindo uma
liderança junto aos movimentos populares urbanos, que pode alçá-lo à condição
de substituto inconteste de Lula, e, seguindo os passos do líder petista,
Boulos demonstra a sua sintonia com as demandas populares, e passo a passo vai
abrindo passagem e trazendo em sua fala a importância de se dar vez ás bases,
conforme ele mesmo diz o modelo democrático atual está desmoronando, ainda mais,
está obsoleto.
Dessa
forma, trás de volta à memória daqueles que viram o nascimento do Partido dos
Trabalhadores, quando as bases e os movimentos populares tinham participação destacada
nas decisões do partido, um gostoso saudosismo, com isso, Boulos consegue
renovar o sistema democrático, pois, afinal, a democracia só pode ser
verdadeira quando a participação popular não se restringe ao apertar de botões
na urna eletrônica a cada quatro anos.
O
PT nas suas primeiras administrações municipais colocou em prática a
participação popular de maneira mais profunda quando além do orçamento
participativo, havia núcleos de base onde à população era conclamada e
incentivada a participar das decisões importantes, e até mesmo no dia a dia da
administração da coisa pública (a respública).
Depois,
com o crescimento do partido e das vitórias que foram se somando, o PT acabou
se afastando de suas bases e causando a desmobilização popular, que acabou
encontrando eco em outras organizações e assim surgiram nomes como: Stédile,
Chico Mendes, Gilmar Mauro, Aurino Pedreira, Raimundo Bonfim e tantos outros.
Nessa esteira é que Boulos encontrou espaço para desenvolver seu discurso e sua
liderança.

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